Oferecido por: Keylla Viana Carvalho Nascimento Garciakeylla.garcia@icloud.com
Ebook com 130 páginas contendo a adaptação das 81 poesias do Tao Te King livres da distinção de gênero.

Por que essa adaptação é necessária?

A adaptação das 81 poesias escritas por Lao-Tsé em o Tao Te King proporciona a leitura de textos sagrados que evidenciam a divindade feminina ancestral uma vez que Tao – a força criadora de todo o universo é muitas vezes comparada com a mãe ancestral e nesta edição retorna a sua referência original no feminino através do uso do artigo “a” ao invés do artigo “o”.

*Alguns exemplos de termos neutros: pessoa, indivíduo, humanidade, espécie humana, ser humano, exemplar da espécie humana.

Quando utiliza-se a palavra “homem” para denominar genericamente “ser humano”, “humanidade” ou ainda “um indivíduo da espécie humana independentemente do seu sexo” — perpetua-se a ideia do sexo masculino como sexo dominante da espécie Homo sapiens. Este hábito de atribuir o significado de humanidade à palavra “homem” é particularmente comum em textos sagrados o que torna nítida a segregação das mulheres da possibilidade de identificar-se com sua imagem e semelhança divina.

O reconhecimento da divindade feminina permanece oculto na distinção de gênero a milênios. É uma lacuna cultural que separa as mulheres e as pessoas que não se identificam com o gênero “homem” – da possibilidade de identificação com sua própria natureza divina.As pessoas têm o direito de ler textos sagrados em que se exclui completamente o uso da palavra “homem” para indicar seres humanos, a humanidade ou até mesmo fazer referência a espécie humana.

A partir desta premissa, considera-se que “homem” indica o indivíduo pertencente à espécie humana que se identifica com o gênero homem ou masculino e “mulher” indica o indivíduo pertencente à espécie humana que se identifica com o gênero mulher ou feminino.
Sendo preferível utilizar termos neutros quando se refere à algo que diz respeito à qualquer exemplar da espécie humana, independente do gênero.

É sutil, mas profundamente marcante, a ausência de referências femininas supremas em registros antigos pertencentes a sociedades patriarcais. Mesmo em culturas politeístas, quando estudam-se mitos de Deusas e Deuses, há constantemente a presença da característica secundária do feminino. Um indício da separação cultural da divindade feminina nas traduções existentes do Tao Te King torna-se explicito na citação abaixo:

“É o escuro misterioso, e o abissal, a sabedoria mais elevada e mutável, o inesgotável. Originalmente foi imaginado como feminino. Somente por volta do segundo milênio começou a ser designado como masculino. Encontra-se no norte ou no oeste, sempre na metade escura do ciclo solar.”

— Tao Te King | Texto e comentário de Richard Wilhelm, página 129.

Antes de conhecer esta referência, havia apenas, uma inquietação angustiante de notar a total ausência de textos sagrados que reverenciam a mulher como ser humano completo, divino e semelhante à consciência cósmica.

Atualmente, as crescentes questões de gênero, tornam esta adaptação ainda mais proveitosa. Ao utilizar termos neutros* exclui-se o caráter de distinção de gênero durante a leitura. O que possibilita que mais pessoas possam experimentar uma identificação igualitária durante a leitura dos textos antigos.

Esta adaptação, do texto clássico chinês Tao Te King, possibilita um reencontro com o Yin primordial, a Deusa Taoísta Tao que tem sido identificada como uma divindade no gênero masculino a mais dois mil anos.