Originário como a fundação dos jogos de cartas contemporâneos, o Tarô se estabelece como um oráculo divinatório e um texto sagrado, cuja narrativa não se desenrola através de palavras convencionais, mas por meio de setenta e oito cartas vibrantes e ricamente ilustradas. Estas cartas são repletas de uma vasta gama de correspondências detalhadas e interpretações profundamente enraizadas. No processo inicial de estudo e subsequente manipulação das cartas, seja por meio de embaralhar ou arranjar de maneira simbólica, ocorre uma atuação mágica sobre o ser do aprendiz. Tal prática não apenas desperta a consciência, mas também aguça a inteligência, funcionando como um catalisador para o despertar espiritual. O Tarô, portanto, transcende sua forma física, atuando como um meio simbólico e esotérico para a
exploração e compreensão de conceitos metafísicos profundos.
Cada carta do Tarô é conhecida como um "arcano", termo que sugere a conexão com
um mistério ou uma força sobrenatural. Esses arcanos são manifestações de arquétipos,
revelando-se tão profundamente quanto qualquer outro símbolo sagrado. Eles permitem
que essa energia transcendental se materialize em uma forma que possa ser percebida
pelos sentidos humanos. Ao interagir com estas cartas, o homem é capaz de usar essa
experiência sensorial como um ponto de partida para ascender ao conhecimento que
transcende o mundo material e até mesmo o psíquico. Isso conduz ao entendimento dos
reinos arquetípicos e espirituais, oferecendo uma ponte entre o tangível e o intangível,
entre o mundano e o divino.
As setenta e oito cartas do Tarô são categorizadas em três grupos distintos. O primeiro
grupo é formado por quarenta cartas, conhecidas como "os arcanos menores".