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O conceito estoico de memento mori, ou “lembrança da morte”, é um elogio à vida. A lembrança da morte, para os estoicos, busca desfazer as ilusões que nos fazem sofrer, tentando nos conscientizar do valor inestimável do momento presente.

Nossa cultura atual nos leva à constante frustração e nos induz à comparação, ao narcisismo, ao egoísmo, ao preconceito e à solidão. Tudo isso é exaustivo e culmina na perda da vontade de viver e agir.

Memento mori é um alerta: todas essas coisas são ilusórias! A expressão nos lembra insistentemente que não há tempo a perder. Por isso o estoicismo afirma que a energia genuína da vida se manifesta aqui e agora, na ação e na boa vontade. É uma filosofia de trabalho árduo que carrega um poderoso sentimento de satisfação. Em nome deste sentimento, o minimalismo estoico se livra de quase tudo. Quem age assim vive, e não apenas existe, como diria Sêneca. O estoicismo se opõe à prostração e ao desânimo, dando um sentido pleno para cada simples atitude.

A lembrança da morte não se refere apenas à nossa própria finitude, mas à finitude de todas as coisas (das que fazem sofrer e das trazem alegria). Nas palavras de Marco Aurélio, nossa vida é um instante entre Eternidades. Diante dessa perspectiva grandiosa, nem mesmo um único segundo deve ser perdido com sofrimentos desnecessários e contentamentos fúteis, pois há sentimentos mais intensos, legítimos e poderosos esperando por nós